Conheça o turismo cultural do Tocantins. Conheça a Folia do Divino Espírito Santo de Natividade!
Imagine um cenário de devoção e tradição que se desenrola no coração do sertão
tocantinense. No domingo de Páscoa, as folias do Divino iniciam sua jornada
mágica, um percurso de 40 dias levando esperança e fé às comunidades de suas
regiões. Cada folia, com seu ritmo e cor, atravessa caminhos distintos. Ao final,
juntas, tecem um mosaico de cultura e espiritualidade.
Essas folias percorrem estradas, atravessam rios e campos, levando a mensagem
divina a cada recanto do sertão. O som dos tambores e cânticos ecoa, unindo
corações e almas em uma celebração de fé inabalável.
Um dos momentos mágicos que os foliões encontram na jornada é a hora do
pouso, ou seja, quando a folia chega em uma propriedade para passar o dia. Ao
todo são pelo menos 120 pousos, que são planejados minuciosamente pelo
despachante. Os pousos variam em simplicidade, mas todos oferecem café da
manhã, almoço e jantar, garantindo a hospitalidade e o conforto dos foliões.
E então, após esses 40 dias de peregrinação, chega a quinta-feira da hora, um
momento de transcendência. Neste dia, celebra-se a ascensão de Cristo aos céus,
exatamente 40 dias após a ressurreição. É quando o sagrado se encontra com o
terreno, na Praça da Matriz, em frente à majestosa Igreja de Nossa Senhora da
Natividade, padroeira do Estado do Tocantins.
Às 3 da tarde, o ápice da jornada: as três folias convergem, cada uma chegando
de sua região, trazendo consigo histórias, bênçãos e a energia vibrante de seus
peregrinos. Um encontro marcado pela fé, pela cultura e pela união de um povo
que mantém vivas suas tradições mais preciosas.
Os foliões se cumprimentam através de cantos, que são divididos em três fases
encantadoras: o canto de encontro, o canto tradicional e a saudação.
Na primeira fase, o canto de encontro, tudo começa com um mandamento
sagrado. Louvam a Deus, a Jesus Cristo e ao Divino Espírito Santo, trazendo à tona
passagens da liturgia lida durante os 40 dias de peregrinação. Um trecho é
selecionado, recitado em versos e rimas que explicam sua essência, enchendo o
ar de espiritualidade e reflexão.
Na segunda fase, o canto tradicional, entoam versos que atravessaram gerações,
sempre repetidos com reverência. Nesse momento solene, os alferes se ajoelham
sobre almofadas e trocam bandeiras, beijando a bandeira do Divino em um ritual
carregado de simbolismo. Cada ação é cantada, cumprindo o que a tradição dita,
em um belo espetáculo de fé e continuidade cultural.
Finalmente, chega a terceira fase, a saudação. Aqui, os alferes se levantam e os
cumprimentos se espalham: aos festeiros, ao imperador, à imperatriz, ao capitão
do mastro e à rainha. Cada folião é saudado em sua função, celebrando a união e
o respeito mútuo entre todos.
Depois das três folias cantarem as rodas e catiras de saudação, chega o momento
do jantar do Bendito, uma refeição compartilhada em comunhão e gratidão. A
noite se encerra com harmonia, confraternizando com amigos, companheiros de
giro, compadres, primos e parentes de outras folias. É um reencontro, um
momento para matar a saudade, celebrar a missão cumprida e renovar os laços
de amizade e fé.
Governo do Tocantins, trabalhando e cuidando de todos!
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Crédito(s)
Tempo aproximado. Pode haver variação para mais ou para menos.